Ciro grava cenas em favela de SP e evita promessas

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Publicada em 18 de agosto de 2002
O Estado de S. Paulo

EDUARDO NUNOMURA
O presidenciável Ciro Gomes (PPS) usou ontem a favela de Vila Prudente e o
Conjunto Habitacional de Itaquera como cenários para produzir imagens para
seu horário eleitoral gratuito, que começa na terça-feira. Primeiro visitou
a favela, onde vivem 39 mil famílias e, de cada dez moradores, quatro estão
desempregados. Com um microfone de lapela, Ciro falou com as pessoas, ouviu
reclamações e evitou fazer promessas.
“Primeiro, não vou fabricar promessas porque essa gente já sofre tanto, que
tudo o que eles não merecem são promessas enganosas”, disse ele. “O que
ofereço é um passado de quem já urbanizou muita favela, já construiu muita
moradia popular, muito sistema simplificado de saneamento básico, muitas
creches comunitárias e fez muito esforço para gerar emprego.”
Ciro percorreu as ruas principais da favela acompanhado pela sua equipe de
filmagem. As cenas serão utilizadas nos programas eleitorais. Acompanhavam o
candidato a equipe de marketing, além de sua filha Lívia e sua irmã Lia
Ferreira Gomes. No único momento quem que visitou uma casa escondida em um
beco, foi a pedido do morador José Carlos Bezerra, de 30 anos, desempregado.
“Quer que leve a filmadora?”, perguntou o presidenciável antes de acompanhar
Bezerra.
Na casa dele, ouviu o drama da desempregada Edivânia Maranhão da Silva, de
27 anos, que vive com o marido há 10 anos na favela, tem quatro filhos e
sobrevive com cestas básicas e a ajuda de uma irmã. Acompanhado de seu
candidato a vice, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, Ciro aconselhou o
casal a procurar o Centro de Solidariedade, da Força Sindical, para tentar
arrumar um emprego. Edivânia recebeu um cartão de Paulinho.
Encontro – O presidenciável do PPS voltou a afirmar que vai ao encontro de
amanhã com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília, mais para
ouvi-lo do que falar. “Vou sem reserva, não vou levar nada, sem nenhuma
agenda.” Ciro, contudo, afirmou que dirá ao presidente que é um crítico do
modelo econômico que gerou 11,7 milhões de desempregados no País. “Se ele me
perguntar, vou dizer quais as razões dessa minha crítica e quais são as
alternativas e soluções que possam ser úteis”, afirmou.
Ontem Ciro recebeu um telefonema do economista José Alexandre Scheinkman,
que disse aceitar fazer parte da equipe do candidato. Scheinkman é professor
da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e da Sorbonne, em Paris.

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