Em Minas, candidato diz que quer ser ‘igual a JK’

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Publicada em 13 de setembro de 2002
O Estado de S. Paulo

EDUARDO NUNOMURA
Enviado especial
LAVRAS – “Está na hora de ter de novo na Presidência da República alguém
que respeite o povo, que cuide de quem trabalha, que tenha a visão larga de
desenvolver País”, afirmou Ciro, pegando ‘carona’ no centenário de
nascimento de Juscelino Kubitschek, comemorado anteontem, e por estar em
território mineiro, Estado onde nasceu o ex-presidente. No primeiro
compromisso, em Lavras, ele evitou falar sobre divergências na coligação que
o apóia e preferiu homenagear JK. “Ele tirou o Brasil do nada para nos
transformar na 15.ª economia industrial do mundo. Vou ser presidente do
Brasil para tentar imitar o que foi Juscelino para nosso País.”
Para Ciro, JK foi o responsável pela grande arrancada desenvolvimentista do
Brasil, mas “tudo o que foi feito por Juscelino já foi vendido para o
estrangeiro, enquanto meia dúzia de barões tem todo o lucro no setor
financeiro”. O candidato repetiu a expressão “meia dúzia de barões” em três
oportunidades, mas não quis explicar a quem se referia. Disse que “esses
barões” tentam enfraquecer Minas e Rio Grande do Sul, Estados que considera
vitais para “equilibrar a federação”.
Criticando o trabalho da imprensa – a entrevista que deu em Lavras foi
apenas para os orgãos de comunicação locais, os outros veículos não puderam
formular perguntas –, reclamou que as declarações que fez sobre a rebelião
no presídio de Bangu I não foram publicadas, enquanto as de Serra ganharam
destaque. “Aqueles poucos que a Justiça coloca na cadeia estão ali dentro
comandando chacinas”, afirmou, aproveitando para criticar a falta de
investimento em segurança.
Ciro, acompanhado da mulher Patrícia Pillar, fez uma caminhada no centro de
Lavras, cumprimentou pessoas e comeu pastel. Fez várias perguntas às pessoas
e prometeu à funcionária pública Eliana Maria da Silva, de 40 anos, “tirar
gradualmente o atraso nos reajustes salariais” da categoria. “Não dá para
tirar o atraso de uma vez só”, explicou.
Sorridente, a atriz Patrícia Pillar fez mais sucesso do que o marido entre
os eleitores. E criticou a forma como vem sendo conduzida a campanha
política: “O principal deveria ser a discussão e a solução dos problemas do
Brasil e não uma guerrinha que não acho correta e, às vezes, é antiética.”

Em Araxá, carreata por ruas vazias é abreviada
ARAXÁ – Após 25 minutos e 8 quilômetros de carreata por ruas vazias em Araxá
(Triângulo Mineiro), Ciro Gomes decidiu descansar no Grande Hotel Barreiro e
se preparar para o comício que fez ontem à noite. No aeroporto, manteve o
tom adotado em Lavras, que visitara horas antes, e disse que só responderia
a perguntas sobre a história de Juscelino Kubitschek.
“Está na hora de ter de novo na Presidência alguém que respeite o povo, que
cuide de quem trabalha, que tenha a visão larga de desenvolver País”, disse
em Lavras, pegando ‘carona’ no centenário de JK. “Vou ser presidente para
tentar imitar o que foi Juscelino para nosso país.”
Para Ciro, JK foi o responsável pela arrancada desenvolvimentista, mas “tudo
que foi feito por Juscelino já foi vendido para o estrangeiro, enquanto meia
dúzia de barões tem todo o lucro no setor financeiro”. Ele repetiu a
expressão “meia dúzia de barões” em quatro oportunidades, até no comício,
mas não explicou a quem se referia. Disse que “esses barões” tentam
enfraquecer Minas e Rio Grande do Sul, que considera vitais para “equilibrar
a federação”. Na entrevista, ele criticou a imprensa, dizendo que suas
declarações sobre a rebelião no presídio de Bangu 1 não foram publicadas,
enquanto as de Serra ganharam destaque.
Ciro, com a mulher, Patrícia Pillar, caminhou no centro de Lavras,
cumprimentou pessoas e comeu pastel. Ele prometeu à funcionária pública
Eliana Maria da Silva “tirar gradualmente o atraso nos reajustes salariais”
da categoria. “Não dá para tirar o atraso de uma vez só.”
Sorridente, Patrícia fez mais sucesso que o marido. E criticou os rumos da
campanha: “O principal deveria ser a discussão e a solução dos problemas do
País e não uma guerrinha que não acho correta e, às vezes, é antiética.”
No comício, com 2 mil pessoas, Ciro acusou a equipe econômica de manipular o
Real para reeleger Fernando Henrique Cardoso. “As malcheirosas
privatizações”, segundo ele, trouxeram prejuízo. “O povo não é mercadoria
nem remédio para ser tratado como qualquer um e ter de enriquecer os
laboratórios estrangeiros”, completou, provocando o rival José Serra.
(Colaborou Renato Alves)

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