Publicada em 30 de setembro de 2002
O Estado de S. Paulo
O PT convocou os militantes para o “comício da vitória” e Luiz Inácio Lula
da Silva falou como se estivesse a um passo dela. “Esse não é o meu maior
comício, mas é o momento mais importante da minha vida. Estamos a uma semana
de realizar o maior feito histórico da América Latina”, discursou ontem para
100 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, ou 150 mil, de acordo com os
organizadores, na zona norte de São Paulo. “Valeu a pena o sacrifício.
Estamos muito próximos de ganhar as eleições neste País.”
Lula fez questão de levar ao palanque três personalidades mundiais: o
candidato à Presidência do México Cuahtemoc Cardenas, o reverendo americano
Jesse Jackson e o presidente da Central de Trabalhadores da Argentina,
Victor Degenaro. “Se eu ganhar as eleições, vamos colocar o movimento
sindical no centro da discussão do Mercosul”, disse, no momento em que
anunciou o argentino.
O petista tentou ainda uma autocomparação com Machado de Assis e a
Aleijadinho, a quem ele reverenciou como dois gênios que tiveram grande
notoriedade mesmo sem ter diploma universitário. Lula fez diversas
promessas, como dar uniformes escolares a todos estudantes de escolas
públicas ou não deixar nenhum brasileiro comer menos que três refeições por
dia.
Precavido, disse que sabe da expectativa que o povo tem no caso de ele
vencer, mas que não vai deixar de honrar “cada palavra” que tenha dito ou
seu programa de governo. “Não vou governar com a razão, a cabeça. Quero
governar com a emoção, com o coração.” (Eduardo Nunomura)